Há mais de 10 anos passados…

Este EDITORIAL foi concebido pelo seu autor em, 15 de setembro de 2001, quando ainda era o presidente do Grêmio Esportivo Unidos do Ar – GEUAR, de Belo Horizonte/MG, o companheiro FERNANDO DINIZ E SILVA.

AOS QUE ACREDITAM NO FUTURO_3

AOS QUE ACREDITAM NO FUTURO

Ainda jovens, o sol brilhava sobre nós com todo seu esplendor, éramos cheios de vida e de esperanças no futuro. Naquela ocasião, com a vibração natural dos jovens, nos alistamos para as fileiras da FAB e lá fomos nós envergar a garbosa farda azul barateia, símbolo maior da Aeronáutica.

Traçamos muitos planos para o futuro e entre estes estava o de galgarmos os postos de uma hierarquia maior.

Iniciamos como Recruta e logo, ao passarmos a pronto, veio a primeira, da que poderia ser varias, promoção a Soldado de Primeira Classe (S1) para em seguida chegar a Cabo. Ao colar em nossos ombros as divisas de Cabo, que representava nosso segundo posto na hierarquia militar,  foram para nós como se premiado tivéssemos sido.

Contudo, no auge da empolgação fomos covardemente abatidos por aqueles que se julgavam donos do poder.

Mal sabíamos que éramos considerados como “problemas” e não como homens de valor.

Para se livrarem dos “problemas” editaram uma Portaria eivada de vícios e travestida de legalidade, e com isto esperavam livrarem-se de nós. Só que nossos algozes esqueceram que acima de “problemas” éramos homens de valor e dignidade, com muita fibra e vontade de vencer.

Não seria aquela Portaria, causadora de tanta dor, angustia e desilusão que iria nos derrotar definitivamente. Diante dos fatos não restava alternativa a não ser partir para a luta, mesmo que esta fosse inglória; fomos e tivemos varias batalhas perdidas, mas que não traduziam derrotas; nunca nos sentimos derrotados mesmo que vencidos por algumas batalhas.

Passamos por momentos difíceis, desesperadores, aonde muitas vezes chegamos a pensar que não teríamos êxito contra os poderosos. Mas nem mesmo esta prerrogativa conseguiu diluir nossa vontade de levar adiante nossos objetivos.

Daquele clarão que autrora vislumbramos e que por breves momentos iluminou nossos caminhos, restou apenas uma tênue luz quase imperceptível no final de um longo, frio e tenebroso túnel de amarguras. Mas nem isto conseguiu apagar de nossos corações a esperança de um dia triunfarmos novamente.

Com a honra ferida, mas com galhardia resolvemos enfrentar a tudo e a todos, mesmo que isto custasse nossas vidas. Se um dia juramos dar nossas vidas para defender a Pátria, porque não dá-la para defender nossos combalidos direitos de homens honestos e trabalhadores.

Partimos para a luta, sem ao menos saber o que iríamos deparar pela frente. Pouco importava se tropeçássemos e viéssemos nos ferir na queda. Que importa uma ferida a mais, já havia tantas que aos olhos dos outros nada representavam.

Com este pensamento nos embrenhamos na incerteza do obscuro túnel do futuro – o que encontraríamos ao seu final, para esta pergunta só o amanhã teria resposta. Ao buscar soluções encontramos uma tênue luz, mas tão pequena que ao menor descuido poderíamos perdê-la novamente. Com o firme propósito de fazê-la crescer e repartir seus raios a outros que se encontravam perdidos no caminho não vacilamos e fomos em frente.

Durante esta jornada encontramos os mais variados obstáculos desde a ignorância, o desespero e a desinformação. Muitas vezes tivemos de parar as margens do caminho ou mesmo recuar para tomar fôlego e prosseguir na luta, nestas ocasiões  deparamos com alguns que preferiram as sombras a se exporem ao sol escaldante da incerteza. Era mais fácil aguardar o final da luta do que participar e sair com seqüelas.

Vacilamos, chegamos ate mesmo a cair por terra, contudo a fé, à vontade de vencer e mostrar aos fracos que éramos fortes nos fizeram reerguer e prosseguir na luta.

Hoje vemos uma grande luz no futuro.

Chegamos aos píncaros da vitória; vitória esta que devemos agradecer aos que nos apoiaram e também àqueles que ficaram nas sombras, e a estes últimos tínhamos de provar nossa força, nossa fé e nossa perseverança.

Ainda temos alguns trechos da estrada para percorrer, só falta à reta final, mas ela esta próxima. Ontem não tínhamos esperanças, hoje o sol volta a brilhar.

Não estamos garantidos que tudo está resolvido, faltam alguns trâmites a ser cumprido porém se unirmos forças todos os entraves pendentes serão superados e poderemos desfrutar da vitória final.

Que Deus ilumine a mente daqueles que estão decidindo nossos destinos, o amanhã nos aguarda.

Muito obrigado.


Fernando Diniz e Silva
Diretor Presidente do GEUAR
cbdinizgeuar@ig.com.br
BH, 15 de setembro de 2001.

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Postado por Gilvan Vanderlei
Ex-Cabo da FAB – Vítima da Portaria 1.104GM3/64
E-mail gvlima@terra.com.br